segunda-feira, 5 de setembro de 2016

QUARTO DIA - TOCOS DO MOJI A CONSOLAÇÃO - 43,5 KM - 01/09/2016

Acordamos às 06h00 e começamos a preparar o café da manhã. Na pousada já tinha café e açúcar. Compramos apenas o pão (hoje cedo - fresquinho), leite, bolo, frios e requeijão (ontem nas compras). 



As 08h00 estávamos prontos para seguir viagem. 




A saída da cidade é em franco ascenso, algo que já estamos acostumados. Conforme nos distanciamos, belas paisagens vão surgindo para todo lado que olhamos. 



Após uma longa descida, seguimos por mais uma estradinha de terra. 



Hoje o dia estava muito gostoso! Em meio as nuvens, o sol aparecia vez ou outra. 

Como sempre, vou mexendo com todo tipo de 'vida' que surge a frente. 



A seguir, tivemos a agradável surpresa de avistar novamente os tucanos no céu. Eles pousaram sobre uma árvore. Tentei fazer as fotos que, embora não tenham ficado muito nítidas, comprovam que realmente os vimos.


Os tucanos são muito bagunceiros, sempre fazendo muito barulho, e normalmente vivem em bandos. Infelizmente, muitas pessoas da zona rural não gostam deles devido a atacarem as frutas locais e serem um grande predador dos filhotes de ninhos alheios.


grande satisfação em vê-los e conseguir registrar o momento foi tão especial que é difícil expressar meu contentamento!

Seguimos apreciando as paisagens...



Logo adentrávamos a primeira serra do dia. Empurramos um pouco, num trecho de aproximadamente 1 km. 




Assim que chegamos ao topo, passamos por trechos de descidas light e retas. Um bom momento para andarmos juntos conversando...



Rapidamente chegamos na divisa de Tocos do  Mogi e Estiva. Olha a selfieee:


Há um pequeno bairro, entre Tocos e Estiva, mas não lembro-me o nome. Embora não  tenha pousadas ou ponto de apoio, há pequenos comércios, caso necessite se reabastecer. 


De repente, avistamos uma grande plantação de morangos. Havia um senhor bem na frente, encaixotando as frutas. Quando digo a ele 'Bom Diaaaa!' recebemos um comprimento bem animado  de volta e um belo sorriso. Quando pergunto se posso fotografar seus morangos, ele nos responde: 'Pode fotografar e comer, se quiserem'... Rapidamente pulamos das bike's e invadimos sua mesa. Ele nos diz que não trabalha com agrotóxicos e, devido a isso, não precisamos temer. 



Nunca comi um morango tão gostoso! Fresquinho, doce, firme... ainda posso sentir o cheiro dele!






Não conseguíamos parar de comer!! Foi no mínimo, um momento memorável de nosso dia! Como desejei isso... aliás, acho que não fazia mais de dez minutos que havia proposto para Maria comprarmos morangos, hoje a noite, para comer com leite condensado e creme de leite. Saímos de lá extasiados e satisfeitos! Filipe disse que não entende como eu conquisto rapidamente tudo que desejo. Sorrio para ele e respondo que eu desejo muito pouco... por isso a vida encontra formas de me presentear! 

Na sequência, voltamos a subir outra serra, com aproximadamente mais 2 km de subida. Entre pedalar e empurrar, creio que tenhamos conseguido meio a meio. 





Passamos também por algumas plantações de tomate cereja.


Conforme fomos chegando no topo, paisagens maravilhosas enchiam a visão! 


É claro que, para chegar a Estiva, fizemos aquelas descidas malucas! O sol voltou com força total e estava torrando a cabeça. Nem podíamos reclamar visto que até ontem, lamentávamos por achar que teríamos chuva até o final da viagem. 

Paramos na pousada da POKA, para pegar nosso carimbo.  


Pude conhecer a dona da pousada, uma senhora muito simpática.


Hoje era dia da minha bike 'reclamar' os duros caminhos. Tivemos que procurar uma borracharia, visto que me pneu sofrera um pequeno rasgo lateral. Filipe teve a ideia de pedir ao borracheiro consertar o pneu semelhante ao de um carro... e deu certo! Com apenas R$ 15,00 o rapaz da borracharia consertou pneu + câmara, e ainda deu um extrator de válvula para o Filipe, que ficou todo faceiro. Caso não funcionasse, precisaríamos comprar outro pneu, o que custaria no mínimo uns R$ 135,00 aqui na cidade.



Ficou perfeito! Problema resolvido, saímos para resolver outro. Estávamos sedentos e famintos. Compramos uma deliciosa Taubaína e seguimos até a praça, para comer e descansar. 



Tínhamos até um cão de guarda, cuidando de nós. 


Após o lanche, partimos ao próximo destino: consolação. Para sair de Estiva, atravessamos uma passarela e logo estávamos novamente em mais uma descida. 


Logo no início ouço um estouro. Olho assustada para Filipe que me diz: 'Acabou meu freio da roda de trás.' Eita... hoje as bikes estão magoadas... Chamo Maria, que descia em nossa frente, e aguardamos ele fazer o reparo. Por sorte, sempre carregamos pastilhas extras e Filipe 'se vira' muito bem com a bike. A substituição das pastilhas deve ter levado no máximo uns 20 minutos.  



Os trechos, a partir daqui, alternavam entre pequenas subidas e descidas muito confortáveis. 

Momento romântico do dia, rsrs


Logo avistamos um casal caminhando a nossa frente. 


Paramos para conversar com eles. São irmãos e vieram com propósitos religiosos. Isabel me conta que é sua primeira experiência em peregrinação e que, devido a isso, vieram com carro de apoio. Eles caminham o quanto aguentam e vão para o carro quando muito cansados. No dia seguinte, voltam no ponto onde pararam e continuam. Descobrimos que temos a intenção de ficar na mesma pousada. Como vão na frente, de carro, solicitamos que avisem a dona da pousada que nos hospedaremos lá. 



Na sequência avistamos a temida Serra do Caçador e nos preparamos psicologicamente para subi-la. 



Após alguns metros, desistimos de pedalar e passamos a empurrar. O sol estava a todo vapor!


Assim que avistamos uma sombra, decidimos parar um pouco e descansar. 



Mas eu tenho que dizer: a visão aqui de cima é um espetáculo



Pensamos que já tínhamos subido tudo... ledo engano... falta só mais um pouquinho...



E agora sim, no topo do topo!



Logo após, abrimos os 'para quedas' e saltamos lá de cima... ao menos é esta a sensação que temos, a cada nova descida. 

Chegamos rapidamente a Consolação, que mais parecia uma vilazinha, de tão pequenina. 


A pousada da D. Elza é extremamente centralizada, bem em frente a igreja. Assim que chegamos, encontramos nossos amigos peregrinos. Isabel gentilmente nos disse que havia reservado um vinho a mais para o jantar, a fim de que pudéssemos compartilhar deste dia com eles. 


A recepção na pousada não foi como esperávamos. Tínhamos a intenção de lavar as bikes, serviço oferecido no PDF do caminho, mas percebemos, o que pareceu, uma certa má vontade, de quem acredito ser marido da D.Elza... Filipe ficou um pouco decepcionado. Dna. Elza, por outro lado, é uma senhora muito simpática e tentou fazer tudo para nos agradar. 

Durante o jantar, fiquei tão relaxada que simplesmente me esqueci de fazer as fotos. O vinho e companhia foram impecáveis!

Segue o mapa de quilometragem e altimetria do dia: 


O dia foi muito agradável, embora o sol nos tenha castigado um pouco (ainda é melhor que chuva!). As serras foram complicadas mas, como íamos com muita calma e fazendo fotos, não nos desgastamos demais. Novamente tivemos gastos extras, com o furo do pneu, e usamos os conhecimento de Filipe para as trocas de freio. A pousada e jantar foram razoáveis. Tem wi-fi e máquina de lavar. Um ponto negativo na pousada é o badalo dos sinos, que foram ouvidos madrugada a dentro. Caso fique hospedado ali, evite os quartos da frente!
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Sobre os próximos dias:
Soubemos que há uma alternativa, após Campos do Jordão, para evitar descer por asfalto em meio ao trânsito. Trata-se de uma rota conhecida como 'Pedrinhas'. 


Converso com Maria e Filipe e concluímos que vale a pena saber mais, sobre este caminho. Por isso, usamos um maravilhoso recurso: a rede social! Coloco no grupo 'Caminho da Fé' a seguinte questão: 

'Estou fazendo o Caminho da Fé, de bike. Hoje chegaremos a Luminosa. Soube que existe outro caminho, após Campos do Jordão, passando por Pedrinhas e Guaratinguetá. Gostaria de saber se é tranquilo, sinalizado e se há pousadas, pois pensamos em ir por lá.'

No dia seguinte, haviam mais de 15 repostas! (Amo a internet!) Segue as que usei como base:

Gustavo Cerqueira - 'Se o tempo não estiver bom, não é recomendável ir por Pedrinhas.'

Pedro Caixeta - 'Se o tempo estiver bom, vale a pena! Mas tem que ter fôlego.'

Ruth Cintra - 'Claudia em Campos, pegue um ônibus e desça no Horto Florestal. Peça para o motorista parar na entrada da trilha. Siga a sinalização do Caminho de Aparecida, que é um peixe verde. Pode pernoitar ou não na Pousada Santa Maria da Serra. Começa a descida pela estrada de Pedrinhas. Passará no bairro Gomeral, com várias pousadas. Já no vale, após alguns quilômetros de asfalto, passar na pousada do Agenor e entrar numa estrada de terra, em direção a Potim. A próxima cidade é Aparecida. Vale MUITO a pena!'

Anderson Veloso - 'Claudia vai por Pedrinhas! Além de mais bonito o percurso não é perigoso, como descer a Serra da Campos, principalmente passando pelo túnel.'

Tínhamos praticamente todas as informações que precisávamos e tomamos nossa decisão: vamos por Pedrinhas!! 
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Gastos

R$ 60,00 (pousada + jantar)
R$ 5,00 bebidas, durante o dia
Total R$ 65,00 

Gastos adicionais
R$ 15,00 pneu - câmara + remendo


4 comentários:

  1. Maravilha, Claudia! Gostei da observação sobre conseguir tudo o que deseja. Realmente, a vida premia as pessoas de bom coração e que só espalham alegria! Muito bom!

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    1. Oo Elim, muito obrigada, pelo 'bom coração'! Mas acredito que bom + bom = nós! Por isso, nos conhecemos!

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  2. Oi, boa noite.
    Eu fiz o caminho da Fé em julho.
    De Campos fui direto a Aparecida passando por Pedrinhas. É lindo, mas está cheia de pedras bem grandes na estrada. Tomem cuidado na descida.
    Tem uma pousada chamada Vale Verde já na descida no trecho de asfalto faltando 25 km para a chegada.
    É muito linda e o preço para peregrino é muito bom.
    Vale a pena entrar e conferir.
    Bom pedal.

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    1. Obrigada Rogerio! Fomos por Pedrinhas mas ficanos na pousada Santa Maria da Serra, porque já estava tarde. Realmente, o caminho tem sua descida alucinante... mas foi lindo!
      Obrigada pela dica!

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